Burgo medieval de Alegrete
O castelo de Alegrete é uma das mais importantes fortalezas do Alto Alentejo raiano, assumindo-se, desde a Idade Média, como uma fortificação fundamental no sistema defensivo regional. Em 1267, na sequência da Convenção de Badajoz, a vila foi definitivamente integrada no espaço português. Escassos anos depois, em 1319, D. Dinis concedeu foral à povoação, momento que terá coincidido com a construção do atual castelo, embora se equacione a possibilidade de o arranque das obras terem acontecido imediatamente após o acordo de Badajoz. Também a linha de muralhas se encontra muito destruída, tendo, todo o caso, alguns trechos conservados, salientando-se a Porta da Vila. Nos séculos seguintes, Alegrete desempenhou um importante papel nas guerras contra Castela. Em 1384, em plena guerra peninsular que viria a resultar na afirmação de D. João I, o Condestável D. Nuno Álvares Pereira visitou a vila, que, nessa altura, defendia já as pretensões de Avis. No século XVII sob o impulso do Marquês de Marialva, as muralhas foram reparadas e atualizadas. Nos inícios do século XIX, na derradeira guerra peninsular, Alegrete foi ainda atacado por tropas espanholas, mas a fortaleza estava já em irreversível declínio. A 26 de Junho de 1855 extinguia-se o concelho. Alegrete orgulha-se do seu património que conta com a bela Igreja Matriz do século XVI, as Capelas de São Pedro (século XV) e da Misericórdia (século XVII), a Torre do Relógio junto à Igreja Matriz, datada do século XVII ou o encantador Coreto já do século XX. Vale a pena conhecer as pacatas ruas de Alegrete, com o seu típico casario alvo de faixa colorida que alberga a verdadeira essência alentejana, onde o tempo parece parar e as tradições vão sendo sabiamente mantidas com o passar dos anos.
Assumar
A freguesia de Assumar é detentora de um interessante património arquitetónico, do qual se destaca:
Igreja Paroquial de Assumar, composta por três naves, separadas por três arcos ogivais, e três altares. Um dos elementos arquitetónicos de maior relevância é o portal gótico em forma de ogiva. Na sua parede exterior encontra-se ainda incrustada uma réplica da espada de D. Nuno Álvares Pereira.
Relógio de Sol – situa-se na Rua Direita.
Portas Góticas – Nas habitações da Rua Direita ainda é possível observarem-se interessantes portas góticas, que têm resistido à passagem do tempo.
Cascata da Cabroeira
É a cascata da Serra de São Mamede mais imponente e que pode ser encontrada pouco antes de chegar à aldeia da Rabaça. É conhecida por Cascata da Cabroeira ou da Rabaça e é um pequeno tesouro que cria um ambiente ideal para descansar.
Albuquerque
Declarado Conjunto Histórico Artístico, está dividido em duas partes bem diferenciadas devido a sua muralha defensiva: O Bairro Medieval, com ruas estreitas e ornamentadas cheias de pórticos ogivais, coroado pelo imponente “Castillo de Luna” (S.xv), uma das melhores fortalezas medievais que se conservam na Extremadura e na Raia Ibérica; e a parte mais moderna, conhecida como “Villa Afora”, onde se destacam as casas “solariegas” e alguns edifícios singulares como a igreja de “San Mateo” (S.xvI), o convento da “Madre de Dios” e a igreja de “San Francisco” (SXVII) e o Santuário de “Nuestra Señora del Carrión”.
Cascata da Ribeira de Arronches
A Cascata da Ribeira de Arronches, também merece visita, mas tem um caminho mais estreito e íngreme que exige alguma perícia para lá chegar, sendo menos aconselhada a famílias por este motivo. Entre o estacionamento e a cascata são apenas 200 metros, mas é preciso andar por um caminho estreito e cheio de pedras. A descida até a cascata é íngreme e vai exigir muita habilidade. Portanto, levar os miúdos não é indicado.
Cascata de S. Julião
A queda de água de São Julião está localizada perto da aldeia de Monte Sete, escondida num vale por onde corre o rio Xévora e forma pequenas lagoas maravilhosas. Logo antes da placa, que anuncia a entrada da aldeia do Monte Sete, deve seguir pela estrada de asfalto, pouco depois transformada em caminho de terra batida. A partir daqui, o acesso é pedonal e, depois de percorrer cerca de 400 metros, já é possível ouvir a cascata. Pouco depois, na bifurcação, fica à vista a queda de água.
Centro de Ciência do Café
O Centro é um centro de interpretação, divulgação científica e tecnológica e promoção turística da Delta e tem o objetivo de proporcionar a quem o visita uma viagem interativa ao mundo do café.
Monforte
Ponte medieval, de origem romana; restos da muralha do Castelo; Igreja da Madalena do século XV, onde funciona um núcleo museológico; Convento do Bom Jesus do século XVI; Igreja da Nossa Senhora da Conceição e Capela do Senhor dos Passos, dos séculos XVI-XVIII; Igreja Matriz, Paços do Concelho, Igreja de S. João Batista, Casa do Prior, Igreja da Ordem Terceira, Capela dos Ossos, do século XVIII; Capela do Senhor da Boa Morte do século XIX.
Albufeira do Caia ( por Santa Eulália ) – Observatório de aves e possibilidades de nadar ou de prática de desportos náuticos sem motor.
Aves aquáticas – pato-real, pato-trombeteiro, pato-de-bico-vermelho, frisada, piadeira, o marrequinho-comum, o mergulhão-de-crista, corvo-marinho-de-faces- brancas, garça-branca-pequena, a garça-cinzenta, a garça-real, galeirão-comum, pernilongo, andorinha-do-mar-anã, gaivinas, colhereiros.
Grandes aves terrestres – cegonha-branca, milhafre-preto, tarambola-dourada, abibe, abelharuco.
Passeriformes – andorinha-das-rochas, andorinha-dáurica, chasco-ruivo, rouxinol- bravo, fuinha-dos-juncos, picanço-barreteiro, gralha-de-nuca-cinzenta, pega-rabuda, pega-azul, bico-de-lacre.
As vizinhanças
Ouguela
No século XIII, depois da passagem do território para a esfera cristã, o povoado fez parte do reino de Leão e Castela durante mais de meio século, até ser definitivamente integrado na coroa portuguesa em 1297, no âmbito do Tratado de Alcanices. Logo no ano seguinte, D. Dinis concedeu foral a Ouguela, mas só mais de cem anos depois é que a vila deixou de pertencer ao bispado de Badajoz. O essencial do castelo data dessa viragem para o século XIV, se bem que existam vestígios de reformas posteriores, em particular a verificada no reinado de D. João I, monarca que transformou Ouguela num couto de homiziados. Nos inícios do século XVI, Duarte d’Armas deixou-nos o desenho da fortaleza tardo-medieval, defendida por sete torres quadrangulares, entre as quais a de menagem, adossada à cerca pelo lado ocidental. Depois de 1640, na guerra que Portugal sustentou contra Espanha com vista à sua independência, a vila foi dotada de um sistema defensivo abaluartado, que inevitavelmente corrompeu parte do dispositivo medieval. Sob o comando de Nicolau de Langres, a nova fortaleza incluiu numerosos baluartes e revelins, um fosso, caminhos de ronda, dependências de aquartelamento e uma ampla cisterna quadrangular (com 12 metros de lado), recentemente intervencionada, localizada na praça de armas da vila.
Campo Maior
No casario branco de Campo Maior dois edifícios sobressaem pelas suas proporções: o castelo e a igreja matriz. Anexa está a capela dos Ossos. Tem ainda a vila para ver a Igreja de São João Batista, fundada em 1520; a igreja da Misericórdia erguida em 1592, a igreja do Convento de Santo António e respetivo claustro. São célebres as Festas do Povo de Campo Maior, com mais de 100 ruas e praças todas ornamentadas de flores de papel e outros materiais, idealizadas e realizadas pelo povo e quando o povo assim decide. Acontecem em setembro.
Portalegre
Do castelo, fundado por D. Dinis, restam três torres. A Sé, edificada em 1556, possui retábulos de talha barroca e pinturas da escola maneirista. O edifício dos paços do Concelho data de 1632. A Igreja do Convento de S. Francisco foi construída em 1228 a 1275. O Convento de Santa Clara remonta a 1376 e o de S. Bernardo a 1518. Entre as casas nobres merecem referencia: o Palácio Amarelo, a Casa dos Condes de Melo e o Solar dos Condes de Avilez. Nesta cidade merecem referencia e visita o Museu Municipal, a Casa-Museu José Régio e o Museu da Tapeçaria.
Pico de S. Mamede
Situado em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede, este Miradouro está situado no Pico da Serra, a cerca de 1025 metros de altitude, constituindo mesmo o ponto mais elevado do continente Português a sul do rio Tejo, podendo de lá, excecionalmente, em dias de grande visibilidade avistar o distante mar. Do Pico da Serra de São Mamede observam-se panoramas de excelência sobre a mágica vila de Marvão, Castelo de Vide, as Serras da Gardunha, de Talhadas, da Estrela, a bela Barragem da Apartadura e sobre o alto Alentejo.
Porto da Espada
O Porto da Espada está situado no Parque Natural da Serra de S. Mamede, freguesia de S. Salvador de Aramenha, Concelho de Marvão. As suas casas elevam-se no vale e serpenteiam pela encosta até ao sítio chamado Porto, que talvez em tempos tivesse sido ponto de trânsito de mercadorias por via terreste. Talvez daí a origem do seu nome. Pois diz a lenda que em tempos ali se travou batalha entre Mouros e Cristãos. Tendo os últimos chegado ao sítio do Porto dizendo que: _”Aqui se puxa da espada.” Havendo ainda outra versão: -“Desde o Porto da arrancada , até ao desembainhar da espada.” Poderá entender-se a palavra Porto pelo sítio de onde os homens partiram em atitude de luta, tendo dado ao lugar do combate o nome de Espada. Daí, talvez o Porto da Espada.
Torre de Palma
Da outrora abastada e auto-suficiente villa romana de Torre de Palma, pertencente à família Basilli, pouco mais resta que os seus alicerces. Pela extensão dos vestígios que se estendem sobre a suave colina, o local não deixa de irradiar mistério sobre como terá sido a sua sumptuosidade. Criada no século I com uma planta que atendia a funções predominantemente ligadas às atividades agrícolas, foi ampliada para dar lugar a uma villa com peristilo para recolhimento e lazer dos seus proprietários, assim perdurando até ao século V. A oeste está o que resta das termas utilizadas pelo proprietário, com as suas salas destinadas a banhos quentes, tépidos e frios. De Torre de Palma saíram os mais belos mosaicos, como o dos Cavalos e o das Musas, que se encontram no Museu Arqueológico Português. À entrada, separada da villa romana, fica a basílica de Torre de Palma, datável do sec. VI, construída após a entrada dos Suevos na Península Ibérica em 409 d.C.. Dela restam apenas as fundações, com três naves e absides opostas, sendo, mesmo assim, um dos mais importantes vestígios de arquitetura religiosa paleocristã do território da Lusitânia.
Ammaia
Um espólio invejável: As peças de vidro de Ammaia são fora de série; uma pedra de anel com a representação da menorah atesta que o judaísmo é muito mais antigo na área e não necessitaria de se ocultar; uma das mais intrigantes descobertas na zona das termas: uma pedra de anel com um elefante saindo de uma cornucópia. De muitas maneiras, a sorte de Ammaia, cidade imperial romana fundada no século I d.C. e habitada provavelmente até meados do século VI, reflete um mosaico de acidentes e acasos, apostas claras e silêncios peculiares. “Pujante e planificada, a cidade pode ter tido dois mil habitantes no seu período áureo”, considera Carlos Fabião, arqueólogo da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Abandonada depois, foi progressivamente saqueada ao longo dos séculos.
Praia Fluvial da Portagem
Magnifica praia fluvial para os dias de calor, em que o Rio Sever, com as suas águas cristalinas, frescas e batidas, ladeado de choupos, freixos e amieiros, oferecer-lhe-á dias refrescantes de repouso. Ali ao lado fica a ponte e torre medievais. De acordo com a lenda, diz-se que o topónimo “Portagem” terá vindo dos Judeus expulsos de Espanha dos Reis Católicos, que para entrar em Portugal, pela ponte antiga ainda existente neste local, pagavam a “portagem”.
Elvas
Classificada como Património da Humanidade pela UNESCO em Junho de 2012. Esta classificação abrange todo o centro histórico, as muralhas abaluartadas do séc. XVII, o Forte de Santa Luzia, o Forte da Graça, o Aqueduto da Amoreira e os três fortins: de São Pedro, de São Mamede e de São Domingos ou da Piedade. Devido à sua posição estratégica junto à fronteira com Espanha, Elvas ficou marcada pela guerra. Essa história militar pode ser revisitada através de um passeio pelo riquíssimo património militar da cidade. As suas fortificações, em conjunto com os Fortes de Santa Luzia e de Nossa Senhora da Graça, são consideradas das maiores e mais bem conservadas fortificações abaluartadas do mundo. O seu riquíssimo património religioso é composto por inúmeras igrejas, das quais se salienta a Igreja de Nossa Senhora da Assunção (que chegou a ser a Sé e que é uma das igrejas mais notáveis da cidade), vários conventos e o santuário do Senhor Jesus da Piedade. Um dos mais importantes exemplos da arquitetura hidráulica em Portugal, o ex-libris de Elvas, é o Aqueduto da Amoreira. O Castelo de Elvas, do alto de um monte, domina toda a cidade. Em Elvas merecem visita os seguintes museus: Museu de Arte Contemporânea, Museu de Arqueologia e Etnografia de Elvas António Tomás Pires, Museu de Arte Sacra e Casa do Cabido, Museu Municipal da Fotografia João Carpinteiro, Centro Interpretativo do Património, Museu Militar de Elvas, Museu Militar Forte de Santa Luzia e Casa da História Judaica.
Marvão
«Marvão lembra um daqueles mosteiros gregos do monte Athos aonde só se pode chegar metido em cestos puxados à corda, com o abismo aos pés. Não são precisas tais aventuras. A estrada sofre para atingir o alto, são curvas e curvas num largo arco de círculo que rodeia a montanha, mas enfim o visitante pode pôr pé em terra e assistir ao seu próprio triunfo… De Marvão vê-se a terra quase toda: para os lados de Espanha, avista-se Valência de Alcântara, S. Vicente e Albuquerque, além de uma chusma de pequenas povoações; para sul, pelo desfiladeiro que separa a serra de S. Mamede e a outra, apenas seu contraforte, serra da Ladeira da Gata, podem-se identificar Cabeço de Vide, Sousel, Estremoz, Alter Pedroso, Crato, Benavila, Avis; a oeste e noroeste, Castelo de Vide…, Nisa, Póvoa e Meadas, Gáfete e Arez; enfim, a norte, estando límpida a atmosfera, a última sombra de azul é a serra da Estrela: não espanta que distintamente se vejam Castelo Branco, Alpedrinha, Monsanto. Compreende-se que neste lugar, do alto da torre de menagem do Castelo de Marvão, o viajante murmure respeitosamente: Que grande é o mundo”». In Viagem a Portugal, José Saramago.
Veiros
Conserva vestígios do Castelo Velho, da idade do Ferro (500 a 1500 a.C.), ruínas do castelo medieval (século XIV), a igreja matriz de três naves (séculos XIII – XIV, reconstruída em 1595), o pelourinho e a Igreja de Nossa Senhora de Mileu construída no século XII ao que parece sobre um anterior edifício romano.
Castelo de Vide
É uma das vilas mais belas de Portugal. O seu castelo foi concluído em 1372. A povoação mais tarde, não cabendo no apertado cinto das muralhas, estendeu-se para este até à colina onde no século XVIII se edificou o Forte de São Roque. Castelo de Vide apresenta o mais importante conjunto de portas ogivais de todo o país. Na Rua da Judiaria admire-se a sinagoga com portal de arco quebrado. Na zona mais baixa fica uma curiosa fonte quadrangular, com cobertura piramidal suportada por colunas de mármore. São mais de vinte as igrejas a visitar e uma série muito interessante de fontes e nascentes.
Cabeço de VideDo seu passado conserva as ruinas de um castelo, o pelourinho com 4 metros de altura, um cruzeiro de mármore com 5 metros de envergadura e a igreja matriz do século XVI. Perto fica a Fonte do Borbolegão, de origem romana, com um caudal abundantíssimo e as Termas da Sulfúrica, com águas hipossalinas, cloretadas cálcicas e sódicas, aplicadas ao tratamento de reumatismo, doenças renais, dermatoses e vias respiratórias. No exterior a praia fluvial.